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domingo, 30 de setembro de 2012

1ª carta aos jovens maduros: Ansiedade

Você pega o seu carro ou vai até a parada esperar o ônibus e, tão logo começa a andar encontra um engarrafamento. Mas, já estava prevenida. Tira o seu pen drive da mochila ou saca o seu ifone ou o seu mp3, bota os seus fones e começa a cantar. Você curte e tudo fica bem.
                Chega ao trabalho e recebe a notícia de que chegaram outras metas para serem cumpridas. Ok, você já esta preparada para o ritmo forte e competitivo do mercado. Era o que você mais queria: estar no mercado de trabalho e ter sucesso. Toma um café preto, da uma passadinha básica no Face, uma desopilada, respira, se possível, põem novamente os seus fones de ouvido e recomeça a produzir.  
                No final do dia você está um pouco cansada, mas, nada como um bom bate papo, para alguns, misturado a um chopinho ou alguma outra coisa, para você se sentir pronta, renovada, descansada para mais um dia de trabalho.
                Antes de dormir, lembra-se do sucesso que você buscava, “eu quero ter sucesso para ter a minha grana, a minha independência, comprar o meu apartamento, morar com alguém ou sozinha e ser feliz”. Quando vê que isso já está acontecendo, festeja!
                 No outro dia, as coisas se repetem.
                Agora você tem dinheiro, tem mais liberdade. Quem sabe você pense: vou trabalhar bastante, chegar ao máximo do sucesso e, lá na frente, por volta dos quarenta anos, se der tempo é claro, terei um filho. 
                Tudo vai bem até que um dia o seu corpo apresenta coisas estranhas. Algumas delas você nunca havia vivenciado. Você quer dormir e não consegue, quer parar de pensar e também não consegue. Quer relaxar, dar um tempo, silenciar por dentro, mas, o seu corpo está acelerado demais para isso.
                Você se preocupa, conversa com suas amigas e amigos, tenta encontrar alguma saída. Há pessoas que pensam: “tudo isso vai passar no dia em que eu tiver mais dinheiro”; outras dizem “é necessário ser assim, se eu não fizer alguém tomará meu lugar”; há também os que acreditam que “fumando, tudo se resolve”.  
                E, por um tempo, isso parece funcionar.
                Mas, os anos passam, surgem outras reações do corpo fruto das primeiras novidades. Aparece o bruxismo, a depressão, a impaciência e, às vezes, a desmotivação.
                A partir daí, algumas pessoas percebem que não estão dando conta do que está acontecendo. É quando buscam algum tipo de ajuda, muitas vezes tomando alguma medicação para dormir, para relaxar ou para ser mais feliz.
                Nesse momento, na maioria dos casos, ocorre algo estranho: em pouco tempo tudo parece solucionado. “Cara, eu encontrei a saída”. E, por incrível que pareça, algum tempo depois, tudo volta, mas desta vez, maior.
                Então, começam algumas lutas no interior de quem está passando por isso. Enquanto uma parte quer fugir para um lugar mais seguro, o corpo e a mente ainda não encontraram a saída.  
                É quando descobrem a existência da ansiedade. E, para piorar, ela mora dentro delas.  
                O que fazer? Como poderão melhor lidar com isso? Existirá alguma solução? 
                Boa notícia: sim.

                É uma fórmula constituída de três antídotos.
                Primeiro, compreenda que ansiedade significa ansiar por alguma coisa, seja dentro ou fora de você.
                Ou seja, para ser menos ansioso é necessário desejar menos.  Eu sei que isso não é fácil, mas, lembre, é possível. Sendo possível, todo mundo pode realizar.
                Desejar menos significa dar preferência às coisas mais simples. Comer uma maçã, olhar para o céu, fazer uma fogueira, admirar um quadro ou pintar um, tomar um banho de mar, caminhar na mata, ter aquela conversa há tanto tempo esperada, dar um abraço, abrir o coração com alguém, etc.
                Quem escolhe a simplicidade, percebe que a vida está cheia de coisas bacanas para se curtir e que há tempo para isso. Este primeiro antídoto diz: aprenda a desejar menos e você terá o mais importante.
                Segundo, ansiedade significa estar com a mente no futuro. Prestem a atenção: nunca temos ansiedade se os nossos pensamentos estão no presente. Por exemplo, se eu estou na frente do meu computador, realizando algum trabalho e, os meus pensamentos estão voltados para aquela tarefa, eu estou bem. Mas, se em fração de segundos, os meus pensamentos olham para o futuro, para algo que terei que realizar, algo ao qual eu busco algum tipo de sucesso, imediatamente, aparece a tal ansiedade. Este segundo antídoto diz: para sermos menos ansiosos precisamos aprender a pensar, ou seja, aprender a estarmos com os nossos pensamentos no momento presente.
                E, terceiro, a ansiedade sempre está subjugada a uma equação: ela é fruto da dúvida, que por sua vez, pertence ao medo. Ou seja, não é possível curar a ansiedade sem antes olharmos para todas as nossas dúvidas e medos. Você sabe por qual razão duvidamos tanto? Por qual motivo algumas vezes temos medo do futuro profissional ou do sucesso afetivo?  Por que ainda não aprendemos a confiar nas duas principais palavras do dicionário: “eu” e “vida”.
                Confiar em si não significa desmerecer os demais. Pessoas que fazem assim são as mais limitadas. Confiar em si significa: eu reconheço que tenho os recursos para ter sucesso e motivação para aprender aquilo que ainda não sei. E, confiar na vida: eu só preciso fazer a minha parte; a vida se encarregará de me dar o retorno exato aos meus esforços. O terceiro antídoto nos diz: aprenda a confiar na vida e em si mesmo para conhecer um tipo de paz muito mais duradoura.
                Espero que estas dicas lhes sejam úteis. Também espero por boas notícias de cada um de vocês.

                                                                                                              Psicólogo Bauer  

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Jovens, álcool e família



                Aos poucos, a humanidade foi se perdendo do “caminho”.
                Distanciada de si mesma, cega do que havia em seu interior, turvou seus olhares para o que percebia no lado de fora. Primeiro, esqueceu quem era, depois, olvidou como devia realizar-se na vida.  
                Foi quando nós, os seres humanos, conhecemos a arte de comprar: alegria, alívio, doçura, amor, criatividade, sono, paz, poder, etc.
                Desse desvio do “caminho” e dessa ideia de comprar surgiram todas as drogas e ainda surgem.   
                No entanto, a porta de entrada nesse mundo das ilusões, de que é possível negociar ao invés de resgatar do seu próprio interior a solução, é a mesma há mais de um século: o álcool.
                Reparem na capa da revista veja: um em cada três adolescentes se embriagou nos últimos doze meses. Segue: beber ainda jovem aumenta em até 70% o risco de se tornar dependente de drogas. Não é difícil concluir que a nossa sociedade e as nossas famílias estão fabricando futuros viciados.  
                Por qual razão os jovens e cada vez mais jovens estão tão interessados no álcool? Pelo efeito deste tempo: se pode tudo, mas, s u p e r f i c i a l m e n t e.
                Eles têm acesso a todas as informações, podem falar o que bem querem, contrariar as ordens, decidir por eles mesmos e adquirir as tecnologias de últimas gerações, no entanto, não estão sendo ensinados a conhecer a vida de maneira mais profunda.  
                Por isso, seus prazeres duram pouco tempo, enquanto que as suas ânsias... vinte e quatro horas.
                Jovens bebedores de álcool de hoje serão os viciados em comprar a paz e a felicidade amanhã. E, viciados, se depararão com o seu próprio vazio, diariamente.  
                Álcool, maconha, ecstasy, oxi, cocaína, heroína, bala, cérebros sendo fritados, como dizem os jovens.
                Destinos sendo fritados, digo eu.
                Há saída?
                Sim e começa pelos pais desses jovens.
                Não apenas na compreensão de que antes do amor, necessita vir à ordem e o limite, mas, principalmente, que esses pais comecem a olhar para as suas próprias vidas, para o seu próprio interior. 
                Que se soltem da crença de que o dinheiro e o poder externo trarão harmonia, pois, externamente só é possível alcançar prazeres momentâneos, enquanto que, aquilo que se liberta por dentro, permanece para sempre.   
                Que se desatem da ideia de que a vida moderna não dispõe de tempo para o diálogo e convivência familiar, pois, um homem refém da falta de tempo é um homem refém das próprias escolhas equivocadas.  
                Que os pais se emancipem do medo de abrir seus corações ao amor, pois, só conseguirão levar seus filhos para locais que eles próprios já frequentam.  
                Que os pais se alforriem da culpa ao dizer não! Pare! Chega! Fim! Obedeça! Honre! Pois, o amor sem disciplina e respeito às hierarquias é mais perigoso do que o desamor.
                E, que os seus filhos sejam responsabilizados e se responsabilizem, pois, ninguém amadurece sem honrar o resultado das suas próprias atitudes.  
                Há uma frase do Zen Budismo: o próximo passo é sempre o primeiro passo.
                Você pode mudar esta realidade hoje, agora em sua família, neste momento com os seus filhos, neste instante, em seu próprio interior. Aja!   

                Psicólogo Bauer Orcina Rodrigues