Porto alegre, uma das capitais do Brasil, tem
sido notícia pelo mundo através do que os mais jovens realizam. Eles buscam um
transporte público de qualidade e o preço adequado à maioria dos seus usuários.
Vê-los nas ruas, contestando, me lembrou do
que ocorreu com outros jovens, alguns deles, monges tibetanos. Para contrariar
a situação insuportável em que se encontram há pelo menos 60 anos, fizeram uso
de uma prática muito antiga: a autoimolação. Isto é usado como forma de
protesto, quando cometem suicídio ateando fogo em seu próprio corpo. Não espero que os jovens brasileiros façam uso da autoimolação para rebater as dinâmicas sócias deste país, mas, desejo veementemente que movimentos como esse nos tirem de uma vez por todas da situação de miséria social em que nos encontramos.
Este blog é lido por pessoas de muitos países. Saibam todas essas pessoas que no Brasil há uma desordem ética nas mais variadas partes. Uma delas são os serviços de transporte. Negociatas por meios obscuros, licitações fraudulentas, falta de fiscalização, concorrência desleal muito mais ligada ao suborno dos 20% do que ao real comprometimento com o melhor serviço ao povo.
Esses jovens representam uma parte séria e honesta da nação Brasileira cansada da sujeira que reina nesta nação. Eles não estão contestando apenas a subida do preço das passagens de R$2,85 para R$3,05. Eles são o espelho daquele brasileiro que não mais aceita a condição de “povo domesticado”.
Por alguma razão histórica o brasileiro acolheu esta domesticação. Fomos comprados através de um país que nos oferece uma suposta fartura. E, neste jogo hipnótico onde o povo se deixa seduzir, além de batermos todos os recordes de endividamento pessoal, temos lidado com a frustração de que não conseguimos alcançar o mais importante: a confiança, a tranquilidade e uma vida em harmonia.
Como psicólogo e cidadão, estou ciente de que a corrupção não é um privilégio do Brasil, mas, uma condição humana. Todos nós temos a dualidade em nosso interior: uma parte vinculada à verdade e outra às ilusões. No entanto, o brasileiro ainda tem dentro de si um acanhamento, quem sabe fruto de uma disfarçada baixa auto estima.
Somos abertos às mais diferentes culturas, somos sentimentais e sexualmente explícitos. Ok. Esta é a nossa personalidade como nação. No entanto, todo o movimento da vida necessita se aperfeiçoar. Deveríamos aprender a substituir o nosso acanhamento por coragem e auto confiança.
Por isso, não precisamos depredar prédios públicos ou jogar tinta vermelha em políticos. Precisamos ir além desse tipo de atitude. Necessitamos de intelectuais corajosos, chefes de estado audaciosos, universidades libertadoras, famílias politizadas educando filhos atentos e provocadores da mudança.
O Brasil é como um adolescente que começa a experimentar as coisas dos adultos. Se cada um trabalhar bem, chegaremos à maturidade. E, lá degustaremos uma pátria que não se perdeu das coisas que são belas como a alegria e a afetividade, mas que soube acrescentar à ética e a ordem.
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