Abraço apertado, abraço afastado, abraço sem graça.
Que importante é o abraço. Por vezes, o abraço que fica na vontade de
dar, mas, dá medo e então, substituímos por um aperto de mãos.
Abraço olhando quem abraçamos; abraço disfarçando o olhar, para não
demostrar o quanto estamos felizes com o que ganhamos do outro.
Abraço de amor, abraço de saudade, abraço de despedidas...
Abraço de reencontro, abraço novo, de uma amizade que está começando
agora.
Abraço quente, quando é possível sentir o coração do outro pulsando.
Abraço cuidadoso e gentil.
O abraço é a alquimia mais forte para que o encontro se torne
inesquecível.
Sem abraço, o beijo do casal fica com menos sabor.
Com abraço, o beijo encontra o caminho do amor.
Abraço é amor, sempre.
Amor inicial, amor maduro, amor discreto, amor reprimido, amor intenso,
amor fraternal.
Aliás, poderíamos definitivamente, perder qualquer medo do abraço.
Por que não viver uma vida mais aberta ao ‘sentir’ do que ao ‘avaliar’?
Se, o abraço pode causar confusão nos sentimentos: ‘afinal, é amizade
ou algo mais?’, preferível ficar na dúvida ao que perder a chance de chegar
mais perto de si mesmo, dos seus próprios sentimentos e então, aprender a gerenciá-los.
Abraçados, nos sentimos vistos e queridos pelos outros.
E, quando abraçamos, exercitamos a nobre arte de ‘entregar-se’: quando a mente desliga e a alma toma conta de nós, convidando-nos: ‘sinta,
apenas isso’.
Por isso, abraçar e ser abraçado são presentes únicos: levam-nos a
conhecer o universo de sentimentos que estão circulando em nosso interior. Alguns,
velhos conhecidos, outros, magias absolutamente inéditas.
Não será isso que viemos, em especial, realizar? Conhecer o que há
dentro de nós e saber o que fazer com o que encontramos?
Então, vamos abraçar, pedir abraço.
Quando abraçar, fazer de verdade: só vale abraço inteiro!
E, quando abraçado, se abrir de verdade: só vale entrega inteira!
Assim...