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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A renúncia Joseph Alois Ratzinger, o Papa Bento XVI




O que este abandono representa para a psique humana? O que de fato está acontecendo?

Muito longe das profecias catastróficas ao qual temos sido acometidos, por meio de profetas oportunistas que descobriram uma maneira rápida de ganhar fama e também, longínquos dos céticos que afirmam ser este tempo igual a todos os outros, estamos presenciando um dos maiores acontecimentos, sob o ponto de vista ideológico, dos últimos quinhentos anos: a renúncia de um papa, aquele que simboliza, para os católicos, o próprio Jesus, O filho de Deus.  

            As profecias de São Malaquias, segundo alguns estudiosos, já previam este evento sendo o sucessor de Joseph o Papa Petrus Romanus - Pedro Romano - Papa Pedro II. Ainda, por São Malaquias, “estaríamos vivendo, nessa época, o duelo entre duas correntes no interior da Igreja culminando no fim desse poder espiritual-político”.  

            Trago aos leitores uma ideia, sob o ponto de vista psicológico, do que estamos presenciando.

            Leonardo Boff, uma das lideranças da teologia da libertação, nos indica um bom caminho para o melhor entendimento. Esta Teologia está centrada numa reinterpretação antropológica da fé cristã, ou seja, propõem o olhar crítico para as leis e condutas que assumimos como inquestionavelmente sagradas, cegos de que na verdade, não passam de utopias da mente humana para assegurar o poder espiritual e o controle politico sobre o povo, fugindo assim da essência que é trabalhar para os mais necessitados, realizando os sacrifícios que forem necessários.  

            A psique da alma humana encontra-se nesta transição. Perdem sua força e começam a findar os paradigmas antigos para nascerem os próximos, agora mais luminosos. O interessante é que, esses padrões mais lúcidos também não nos falarão totalmente a verdade, todavia, nos jogarão para um plano de consciência mais maduro. Assim evoluímos. Em síntese, não estamos vivendo o fim do mundo nem o fim do catolicismo, mas, o arremate de uma etapa da humanidade.

            Há muitos anos leio sobre a teoria da igreja e da anti-igreja, do conflito nos corredores entre o Papa e o Antipapa. Nesses escritos antigos, são referidos os poderes “antagônicos” que sempre existiram no interior da Igreja católica e que isto viria à tona em tempos futuros. Por qual razão esta ideia é verdadeira?

            Pelo fato de que, sob o ponto de vista psicológico, no interior do universo de cada ser humano, há duas forças: instinto de vida (Hera, a Deusa protetora da vida) e instinto de morte (Tânatos, o Deus da morte). E, a igreja foi montada por seres humanos, mesmo que, inspirada por fluídos Divinos emanados de Deus.  

No entanto, poucos percebem a chave da questão para o bom entendimento: ambos os Deuses ou instintos humanos pertencem a uma ordem natural da evolução da nossa percepção da vida, ou seja, não há contrários, mas, complementos que geram, através das crises, a Ascenção da consciência humana.

            Para que a luz (aquilo que nós e uma parte da humanidade já desvendou) e a sombra (aquilo nós e uma parte da humanidade ainda não compreendeu) sejam fundidas, ou seja, nos impulsionem para um grau cada vez mais profundo de amadurecimento psicológico e espiritual, é necessário que ambas as partes sejam percebidas em níveis cada vez mais claros. A igreja, assim como todas as entidades de maior relevância política, são fiéis ao que existe no interior do ser humano: luz e sombra.  

            O papa João Paulo II foi maioral, não somente pelo nível espiritual que conseguiu atingir em seu interior, mas, também por ter a força psicológica e politica para declarar isto à própria Igreja e aos seus fiéis: “dentro desta Igreja há duas forças e elas ficarão claras nos tempos que hão de vir”.

            Quiseram os místicos, ainda imaturos, que esta transição humana para a nova Era, de Aquários, fosse realizada de maneira mágica, uma catástrofe geológica mundial e tudo resolvido: seriam salvos os bons e morreriam os maus.

            O processo de amadurecimento psicológico e espiritual de cada ser humano e da própria alma humana passa por um profundo e longínquo trabalho, ao qual vamos mudando não apenas a nossa percepção, mas, principalmente, as nossas atitudes.

            E, as turbulências se acentuam quando estamos prontos para dar mais um salto positivo, afinal, é o momento quando recebemos e elaboramos verdades mais intensas. Depois dessas fases transitórias, que dura um tempo ao qual nenhum de nós deve prever, voltamos à paz. Lá adiante, quando as verdades inovadoras já não mais têm força para nos impulsionar ao próximo amadurecimento, entramos novamente em crise e após, retornamos à paz. Há ciclos cósmicos e psicológicos acontecendo desde sempre. Todavia, cada vez que retornamos à paz, o fazemos de maneira cada vez mais integrada.   

            Evidentemente, há um perigo diante de tudo isto e deve ser ressaltado: num lado os sensacionalistas que veem os acontecidos como oportunidade para apregoar o medo e no outro, os desatentos que não percebem a vida lhes incitando mudanças profundas em suas atitudes diárias. Ambos sucumbirão neste tempo de turbulências.

            Não é necessário esperança nem tampouco otimismo. É imprescindível o aperfeiçoamento pessoal através de terapia individual ou grupal, meditações e orações, a fim de que possamos nos dar, continuamente, lucidez ao invés de sonolência.

 

 

 

 

 

 

2 comentários:

  1. Da mesma forma a minha gratidão por compartilhar estas ideias simples. Um abraço fraterno para você. Até breve.

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