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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Virgindade à venda


Nos últimos meses do ano passado, algumas vendas trouxeram perplexidade ao mercado mundial: por exemplo, uma virgem catarinense foi leiloada por um japonês pela quantia de 780 mil dólares, cerca de um milhão e meio de reais, enquanto que um jovem russo foi comprado por um brasileiro (ou brasileira) por seis mil reais.
Pensei em escrever sobre o assunto, não especificamente para falar sobre a tara sexual de ter intimidades com um homem ou uma mulher virgem, mas para refletir com vocês sobre a virgindade.
Quem sabe haja uma mística por trás dessa expressão que simplesmente nos fascina. Não por coincidência, algumas culturas religiosas creditam às virgens um lugar absolutamente sagrado.
A virgindade é um limite. Ela é como uma fronteira que ainda não foi cruzada, mas muitos desejam saber o que há do outro lado. Há um mistério, que permeia o proibido, por trás dessa palavra. Isto é um prato cheio para que a curiosidade se aguce.
Não falo apenas sexualmente, digo também, moralmente.  Vivemos um tempo onde as pessoas estão perdendo a virgindade ética. Algumas delas sabem disso e o fazem conscientemente. Outras, de tão hipnotizadas nem perceberam onde foram parar.
Nos negócios, até os mais firmes em seus ideais incorruptíveis têm cedido ao poder do dinheiro. Também eles abrem mão de algo que preservaram por tanto tempo, defendendo com fervor aos seus filhos, amigos e familiares. Mas agora, afogados pelos jogos gananciosos, abrem mão daquilo que um dia fora insubstituível.  
São desvirginados milhares e milhares de seres humanos a cada hora.
Assim como esses que leiloam os seus corpos, certamente por não ter consciência do quão sagrado é a sexualidade e o encontro entre duas pessoas, também os vorazes pelo lucro, pelo poder e pelo controle, esqueceram o sagrado da vida. Estão prostituídos da essência.  
“É uma questão de sobrevivência”, dizem alguns. “É a lei do mercado: sem suborno não há negócio”, dizem outros. Alguns cantam uma música: “Malandro é malandro, mané é mané, pode crê que é.” Uma safadeza generalizada!
A parte do povo brasileiro que ainda não perdeu a virgindade ética fica envergonhada com a forma que construímos esta nação. No entanto, isto não é privilégio nosso. A doença do desvirginamento ideológico está espalhada por todo o planeta. Quem sabe em alguns lugares isso seja mais discreto, no entanto, eles também já não são imaculados.  
E eu olho para tudo isso com muito otimismo, afinal, para que possamos mudar para melhor a nossa atitude diante de nós mesmos, como seres humanos em evolução, precisamos olhar mais a fundo sobre tudo o que foi distorcido ao longo do caminho e nos responsabilizarmos pelas mudanças.
Esta jovem catarinense e o menino russo, entre tantos outros que leiloam o seu corpo, vieram nos trazer a reflexão de que é o momento de pararmos de leiloar a nossa alma.
“Quem se perde muito na floresta, corre o risco de nunca mais saber o caminho de volta”.

4 comentários:

  1. Tens toda a razão, muito embora, não seja, talvez, querer ter razão, mas sim expor a reflexão atos que o cotidiano tem nos imposto. E, vejo que, você acertou no significado, na mensagem subliminar, da perda de energia universal, que este ato de vender a virgindade tem no contexto social de inversão e perda de valores, valores estes que são alicerces da sociedade.

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    1. Tenente madruga. Agradeço o comentário. É hora de trazermos ordem a este planeta. Um grande abraço.

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  2. Bauer, a venda de virgindades acontece desde que o mundo é mundo (sexualmente e moralmente), o que acontece é que agora estamos presenciando a "globalização" dessa prostituição. Abraços. Ico

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  3. Ico. Agradeço também ao comentário. Assino embaixo as tuas palavras.

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