Conta a história que o nobre Michael Ângelo foi
convidado para reascender a Igreja através da sua obra na capela Sistina. Seu trabalho
durou quatro anos, de 1508 até 1512.
Estive visitando o site onde pude assistir em
360º a tal capela. Nesse site também há uma música belíssima enquanto podemos
desfrutar das imagens. Foi quando eu me dei conta do que está acontecendo.
Agora, como o previsto por alguns que souberam
ver, a Igreja nos revela a dualidade e a busca pela ascensão, assim como todos
nós que caminhamos em direção ao mais lúcido, mesmo que tenhamos que passar por
instantes trevosos e confusos.
A igreja passa por um momento decisivo. Precisará
olhar como nunca para questões da ética na gestão do estado da cidade do
Vaticano, a sexualidade e o melhor preparo para a revolução comportamental e
social que estamos passando. Pois, é justamente isso que toda a humanidade também
precisa olhar. A crise vivenciada pela Igreja é mais um incentivo, dentro de
tantos outros, para que reflitamos sobre todas as incoerências que ainda vivem
dentro de nós.
Independente do que estava acontecendo na
alma de Bento XVI quando teve a atitude de pedir o seu afastamento ou, se por
questões internas alguns determinaram o seu afastamento, todos esses envolvidos
estão oferecendo à humanidade uma oportunidade para elevarmos a nossa percepção
sobre a vida e, em especial, sobre o que desejamos plantar para as próximas gerações.
Assim como em sua vida, na minha vida e no
interior da maioria das pessoas, também na Igreja teremos resistências às
mudanças. Alguns preveem que acontecerá como nunca ainda visto uma ruptura em
suas bases: por um lado, os interessados na permanência de tudo o que está e,
por outro, os fomentadores das modificações. É assim que acontece: quando há
uma possibilidade de crescimento, há também a resistência diante disso. Mudar exige
coragem.
A Igreja já está tendo essa coragem, assim
como todos nós seres humanos. Temos olhado, finalmente, para tudo o que estava
escondido por nós mesmos. Temos visto todos os nossos enganos, todas as nossas omissões,
nossos exageros e distorções que, em última instância, nos encaminharam ao
aperfeiçoamento, no entanto, através de uma caminhada sofrida e sangrenta.
É provável que ainda saia “muita fumaça escura”
dos corredores da Igreja. E, certamente, todos nós temos a esperança de que a
fumaça clara de chaminé do Vaticano anuncie não apenas a escolha do próximo
papa, mas, a escolha de todos nós, por uma vida mais harmoniosa e atenta à
verdade.
Estamos aprendendo a nos comprometer em ser a
luz ao invés de buscá-la do alto, para que nos façamos mais eficientes na convivência
com nós mesmos e com o outro. Por isso,
o nosso destino é não apenas presenciarmos um novo Papa e uma nova Igreja, mas,
principalmente, uma melhor humanidade.
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