Hoje, sexta-feira, entre um atendimento e outro, veio-me
nitidamente a palavra “liberdade”. No momento em que comecei a escrever, me surgiu uma frase: a liberdade tem relação com a palavra “encontro”.
Fiquei instigado: liberdade-encontro. Nunca havia conectado
estes dois termos. Mesmo sem saber por onde começar eu dei início a este texto.
Vi que estava diante de algo simples...
Há algo de sedutor na expressão “liberdade“, quem sabe
por ela nos remeter a um mistério atingível e, ao mesmo tempo, inatingível. Mais
ou menos assim: “a liberdade nos emite à verdade, no entanto, ainda não estamos
prontos para usufruí-la integralmente; precisamos ir aos poucos”.
Quando você oferece o que tem em seu interior para
alguém, seja o gesto ou a atitude mais modesta, você se faz livre e algo de
espetacular acontece: a sua própria beleza é revelada. Se, por acaso, já havia
pensado que seria incapaz de se encantar através daquilo que habita em si mesmo,
naquele momento, alguma porta se abre e você percebe no que é capaz de fazer
com tanto de belo que carrega. Mas, essa liberdade passa. Em alguns minutos você retorna ao estado natural de consciência e, nesse estado, é impossível perceber toda a sua beleza.
Também há um movimento ainda mais amplo que somente os mais sabidos alcançam: quando você se faz livre para pedir e receber o que há no interior da outra pessoa.
Da mesma forma, algo de transformador acontece. Percebe que é rodeado de belezas, somente belezas e que todas elas estão a sua disposição e esperavam apenas pela sua coragem de pedir por elas.
Se, por acaso, havia pensado que seria incapaz de encontrar e se encantar com a beleza de todas as outras coisas, naquele instante a dúvida dá lugar à gratidão.
Mas, essa liberdade também passa e, em alguns minutos, você retorna ao estado natural de consciência e, nesse estado, é impossível perceber toda a beleza do outro e das outras coisas.
No entanto, desta vez, alguma coisa fica em você: ao perder o medo de pedir e receber, você perde o medo de mergulhar no encontro. A partir disso, todas as fronteiras começam a evaporar como se você fosse tomado e arrebatado por toda a manifestação. Experimenta aquilo que os ancestrais mais antigos chamaram de HALL A WAY A IN, quando o ser humano, de tão misturado, volta a ouvir e a falar com todas as naturezas. O vento, a montanha, o ser humano, a baleia, a água....finalmente você desvenda-os como parte da sua própria natureza. Quando as partes se encontraram, não há distância, nem ao menos caminho.
Ao terminar de escrever, lembrei-me de uma frase antiquíssima vinda do oriente, que eu lera nos meus 19 anos: “toda a liberdade externa é falsa; só há uma liberdade, a interna”.
Seja feliz.
Bauer
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