Sabemos pouco da morte pelo fato de sabermos pouco da
vida, pois sempre há uma relação: quem mais desvenda a morte, mais ganha
recursos para mergulhar na vida. Há esta relação pelo fato de não existirem duas
coisas como a nossa mente “que tudo separa” imagina. Não começamos quando
nascemos, nem tampouco terminamos quando morremos. É algo contínuo.
O que há de provisório são as nossas tarefas e o nome
que ocupamos. Isto sim começa e, no tempo certo, finda. Nosso sofrimento
aparece justamente no equívoco de acreditar que cada um de nós é o trabalho que
realiza. A partir disso fica-nos mais claro compreender qual é a origem de todo
o sofrimento humano: o medo da morte, pois nesse caso, morrer significa acabar de
uma vez.
Na verdade todos nós somos algo maior, mais distante,
que vem de outras origens. Mesmo aquelas pessoas que são absolutamente incrédulas
da existência de Deus ou do mundo paralelo espiritual, se investigarem os estudos
da realidade quântica, perceberão que é impossível que as coisas comecem e
terminem. Verão que tudo, tão somente, transita desta para àquela realidade,
desta para àquela frequência, desta para àquela forma.
Precisamos aprender a olhar para a morte. Quando vista
com dor sofrimento nos faz olhar para trás em demasia e nos tira força para
seguir adiante. O contrário, ao devotarmos nossos olhares e atitudes honrando-a e
agradecendo a força de vida que vem dela, ofertamo-nos plenitude e paz.
E, a saudade? O que fazer dela quando parte um pai,
uma mãe, avós, irmãos, amigos? Será a saudade um sentimento que nos faz mal? Deveríamos
evitá-la?
Não. Pois a saudade tem vida, tem pulsação, tem cor! É
através da saudade que todas as pessoas que amamos ao longo do caminho se
eternizam dentro de nós. Mire para a sua infância neste instante e virá na sua
memória algum episódio importante. Você sentirá saudade neste momento e, verá
que tudo continua vivo dentro de você. Isto é você, esta é a sua vida.
Não é a saudade que faz doer como muitos imaginam. O que
machuca, na verdade, é a incompreensão do amor. Pensamos que o outro nos
pertence ou que nos pertencemos a ele, que controlamos os ciclos da vida e a matéria
que possuímos. Então, quando algo sai do nosso “suposto controle”, quando alguma
coisa ou alguém se despede de nós, não há alternativa do que sofrer.
Se, ao contrário, soltássemo-nos à verdade de que
somos um fluxo do amor, como as árvores, o sol, os planetas, as galáxias,
migrando nas mais diversas realidades e no tempo, festejaríamos a morte. E, ao festejá-la,
finalmente seríamos capazes de festejar a vida.
Este festejo fará parte de um momento muito avançado
da humanidade: morte e vida, eu e o
outro, eu e Deus absolutamente integrado.
Harmonia!
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