A
gente anda, e como tropeça! Pega atalhos equivocados, segue por onde não
deveria ir; não estaciona aonde deveria parar. Mas um dia, como se por magia (após
muito trabalho consigo mesmo) um tipo de meteoro cai nos nossos braços. É tão
grande, tão quente, tão cheio de informações, tão repleto de vida.... A
primeira idéia: não é possível! A segunda: e agora?
Um tipo de êxtase, mistério, nada
que a ciência consiga entender, tudo que um ser de coração puro já sabe, toma
conta, e toma conta, e toma conta.... acabam as fronteiras, um tipo de
dissolver-se sem perder a forma. Calma, você não está ficando louco, apenas está
ficando pleno, lembra o espírito. Isso não é comum, pelo menos para mim,
palpita o ego. E, já imaginou se a mente silenciar de vez? Pois é, ficamos
assim quando algo sublime brota de dentro para fora.
Não sei, e ainda bem que não, o que isso
acarreta ao longo do tempo, é preciso chegar lá e provar. Mas, hoje já é
possível perceber que o mais importante é viver com maior integridade possível
a cada segundo como se fosse o mais importante. Viveu bem quem soube estar no
instante presente. É assim que uma vida grande se torna uma grande vida. É
assim que um homem bom se torna um homem amável consigo, principalmente.
Depois, o corpo começa a aceitar, o
coração começa a aceitar, a língua começa a aceitar: chegou o momento. Ok! Essência
divina, você me venceu! Eu e meu ego carente tentamos arduamente remar contra a
maré da felicidade. Trabalhamos periodicamente com as mais inusitadas
sabotagens. Fizemos de tudo para atrapalhar o fluxo da vida. Agora, nos resta
apenas admitir: nasci para ser feliz. Estranho...
Sei que continuarão aparecendo os
desafios e também sei que todos serão suplantáveis, afinal, eu ainda estou
aqui, consegui permanecer enquanto eles se soltavam de minhas mãos.
No mundo dual, na minha mente dual, nosso encontro com este
pedaço que faltava também será dual, sombra e luz, a luz emergindo das
profundezas da sombra; a sombra tomando conta da finura da luz, duas cores,
complementares, uma sustentando a outra, instigando a integralidade de ambas,
até o dia quando ambas se tornarão uma, sem formas, sem polaridades, um único
rio de gotas misturadas. Afinal, esse é o destino de todos nós. Um bom destino,
não?
Depois disso, meus pés estão no chão
e minha mente bateu no teto deste universo e voltou. Expandido, um tipo de
glória toma conta de mim, é muito mais fácil sorrir, é muito mais fácil chorar,
é muito mais fácil ser eu mesmo. Por isso me torno e nos tornamos um terreno
fértil ao amor verdadeiro. Vou aproveitar como a criança que brinca com o
presente novo, como o adulto que descobre que pode ir além de muito dos seus
medos e como o velho que caminha sem pressa por já ter desvendado os atalhos.
Um feliz reinício e bons começos.
Simplesmente lindo, Bauer Orcina Rodrigues (rebatizado). Parece que no mesmo lugar onde um dia você se perdeu, também pode se "achar", como os filhos de Deus que queriam voar e tinham correntes aos pés e percebem que nunca existiram e que também já não era necessário voar, tudo já estava ali, né?
ResponderExcluirFinalizo com a frase que mais curto do teu livro: "Como Sino, a arte de ecoar Deus em sons de contemplação."
Grande abraço prá você. Ana
Exatamente Ana. Tudo já estava ali. O que fazer após o encontro? Permitir-se o "desfrutar e o desfrutar-se" de maneira ainda mais inteira.
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