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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Leite adulterado, modificado, manipulado.


Quando estou ao meio da mata nativa, é ali que eu percebo a verdade: tudo já está pronto. Apenas a minha consciência para que perceba de que tudo já está pronto, é quem deve avançar.  

Há duas verdades na mata nativa: só há belezas; as belezas se complementam.

Assim também é a natureza como um todo: não há nada fora da ordem nem tampouco contrário a ordem.

Há. Somente isso.

Mas, o homem e a mulher, modernizados, cegaram seus olhos para ver o que existe em sua volta. Por isso, pensam que é necessário jogar com a vida: para ter sucesso a corrupção das leis; para ter prestígio, a venda de mentiras; para ter dinheiro, a compra de pessoas, e assim por diante.

São seres humanos cegos...somos seres humanos cegos.

Adulterar o leite, o vinho, a água são apenas fragmentos da cegueira coletiva ao qual fizemos parte. Uns, conscientes de que ainda são cegos e buscando livrar-se desse ‘entulho nas vistas’. Outros, inconsciente de sua cegueira.

Mas, o que pode ser feito diante disso? Prender os culpados? Sim.

Alimentarmo-nos melhor, preferindo lugares mais confiáveis e, muitas vezes, nem tão atraentes para comprarmos os nossos alimentos? Sim.

Porém, tudo isso será uma solução provisória. É necessário mais e melhor.

Precisamos ser mais humanos e melhores humanos.

Teremos que reeditar a confiança em nossa própria humanidade, vendo-a com bons olhos, afinal, mesmo que escondida, fizemos parte da beleza de toda a natureza.

Não é possível se tornar mais belo ou menos feio.  Não nos foi dado o recurso de mudarmos a nossa essência. É possível, tão somente, realizarmos coisas mais belas e menos feias com nós próprios e com os demais.

Por isso, nem ao menos gosto de discutir a ideia de ser ‘otimista’ diante do que andamos vivendo. Não creio que seja uma questão de otimismo ou pessimismo, pelo fato de que, esta reflexão parte da dúvida.

E, a dúvida é filha do medo.

Por isso não tenho nem preciso de esperança. Eu vivo a fé e isso tem me bastado.

Fé de que estamos no caminho certo, justamente pelo fato de que não é possível sair do caminho, mas, tão somente, trilhar todos os cenários que o caminho pessoal e coletivo nos oferece.  E, à medida que vamos aprendendo a caminhar (você sabe disso), percebemos que tudo estava sincrônico com o que tínhamos a aprender.

Eu não tenho raiva dos que estão adulterando as coisas. Se tivesse, teria que enraivecer comigo mesmo. Eu também tenho tentado distorcer a realidade e isso, certamente, não atinge apenas a mim. São tocados aqueles estão em minha volta.

Mal sei experimentar os presentes mais básicos que a vida tem me dado, o que dirá os mais profundos.

Mesmo assim, eu amo minha humanidade. Minha estupidez e distrações com aquilo que me esvazia ao invés de me completar, faz parte do pacote. Também ali habita minha sabedoria e minha capacidade de criar soluções. É um kit que eu, e supostamente você, recebemos: uma caixa escrita na parte de fora ‘kit ser humano’.

No entanto, quando aprendemos a abrir essa caixa, lá dentro, no centro, encontramos uma segunda mensagem: ‘kit divindade’.

É quando nos lembramos de ou quando somos tomados pela percepção de que não há nada a adulterar, mas, tudo para aproveitar. Creio que muitos dos que já andaram por aqui, descobriram isso: eram os que amavam a vida, falavam com a natureza e se preocupavam com os outros. Eles foram impecáveis (não limitaram o próprio ser).

Que beleza! Tanta vida a nossa disposição! Tantas chances de sermos felizes e de contemplarmos as possibilidades que habitam as nossas células.

Uma última mensagem:

Outro dia, uma pessoa me disse: ‘não escreva textos longos; as pessoas andam muito apressadas para ler coisas que exijam mais tempo’.

Eu pensei que essa pessoa tinha razão, mas, ao começar este texto, ao qual você está lendo agora, coloquei uma música com sons da natureza. Relaxei, respirei sem pressa e contemplei.

E, vi imediatamente, que o bom tempo tinha se alargado para mim. E, que este texto, mais longo, também poderia ser um remédio para alargar o seu bom tempo quando estivesse lendo-o.

Portanto, desta vez, nada de sínteses. Estamos, neste momento, nos dando o prazer de estarmos juntos, nos sentindo bem e com o coração tranquilo.

Até breve.  

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